segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ortodoxia diferente de Fundamentalismo




     É preciso distinguir fundamentalismo de ortodoxia, pois os dois podem tanto andar juntos quanto separados. O ideal é que a ortodoxia esteja separada do fundamentalismo, pois este é extremo em todos os seus aspectos. Os fundamentalistas pensam que somente eles estão certos, eles nunca voltam atrás de suas opiniões. É difícil até de conviver com eles, pois não nos deixam duvidar e nem discordar de seus posicionamentos.

    A ortodoxia cristã protestante declara as doutrinas mais bíblicas e sistematizadas de todas as escolas teológicas (as outras são o liberalismo e a neo-ortodoxia). Em síntese, dessas escolas podemos afirmar assim: os ortodoxos creem na inerrância da Bíblia, num cumprimento mais restrito à moral cristã na sociedade e numa fatigante sistematização de doutrinas; os liberais são o extremo dos ortodoxos, eles propagam que a Bíblia contém certos equívocos, a ciência e a tecnologia são tidas como avanços da sociedade em detrimento da fé, e da humanização da interpretação bíblica; por fim, os neo-ortodoxos são um meio de equilíbrio entre os ortodoxos e os liberais. Afirmam que a Bíblia é exata quando nos fala acerca da salvação, desconsiderando alguns eventos tidos como históricos pelos ortodoxos. Tratam os valores cristãos como essenciais para a propagação do Evangelho na sociedade e não são sistemáticos fatigantes quanto os ortodoxos.

    A questão é que dá para ser ortodoxo sem ser fundamentalista, pois radicalizar costumes e defender "verdades absolutas" sem amor não promove atração de não cristãos ao Evangelho, mas sim, repulsão. Um fundamentalista interpreta a Bíblia, geralmente, com ódio aos não cristãos, como justificar os ataques ao Iraque e ao Afeganistão como guerra contra os ímpios, esquecendo que isso eram características do povo de Deus antes da Graça em Cristo Jesus. O ortodoxo não fundamentalista vai ver que uma guerra dessas não é algo que consentiria.

    Fundamentalistas são fariseus modernos nos dias hodiernos. Ortodoxos são cristãos que querem, simplesmente, que as doutrinas essenciais do cristianismo sejam levadas a sério. Podemos ser ortodoxos fundamentalistas ou ortodoxos não fundamentalistas, basta usar o amor que vem de Deus para escolher qual dos dois é o certo.

Salvação e caráter em Cristo Jesus

2 comentários:

Dennis disse...

Acredito que a verdadeira defesa da fé diante dos não-crentes não é uma luta contra eles mas a favor deles. Acredito que não há melhor forma de defesa da fé do que simplesmente vivê-la nos seus mais belos valores, e manifestá-la no amor palpável e numa ética à altura do cristianismo ortodoxo. É deixar a luz brilhar e por ela mesma dissipar as maiores trevas, depois de convertido, aí sim, o novo crente deve ser aprofundado na doutrina cristã, até porque é uma doutrina para os que crêem.

Marlon Marques disse...

Muito bem exposto por ti, Dennis. Nossa luta deve ser em favor dos não -crentes. O poderio bélico norte-americano se beneficia do fundamenalismo protestante puritano que remonta ao início das Treze Colônia (início dos EUA) para conseguir seus interesses. Os protestantes fundamentalistas querem sempre estar nas guerras do Antigo (seria melhor, Velho) Testamento, se esquecendo que fazemos parte do Novo. Não interpretem isso como uma crítica veterotestamentária, não é isso, mas sim aos fundamentalistas. Bela afirmação sua também, Dennis, quanto a mostrar a luz de Jesus aos descrentes para que, depois destes tornarem-se crentes, aprofundarem na doutrina cristã, preferivelmente ortodoxa ou neo-ortodoxa, na minha humilde opinião.