segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Minhas insatisfações evangelicais
Como disse em alguma postagem anterior, não gostaria mais de escrever algo que possa denotar polêmicas. Mas é que não consigo ficar sem me indignar com certas coisas que acontecem no meio que amo tanto, o meio cristão evangélico. De uns anos para cá, não suporto ouvir certas pregações de certos pastores e não consigo entrar em certas igrejas. Dá-me logo uma sensação de mal-estar profundo e desejo que o tempo passe logo. Não consigo ocultar meus posicionamentos. Como não sou um líder evangélico (muitos ao falarem o que pensavam foram ex-comungados por evangélicos fundamentalistas), exporei algumas indignações, e sem receio nenhum de compartilhar aqui neste blog.
São tantos inconformismos meus que começarei a abordar no que me vier à mente. Primeiro, queria dizer sobre Morris Cerullo (darei nome aos bois). Esse senhor é totalmente descreditado nos Estados Unidos e sempre está por aqui nos arraiais pentecostais brasileiros propagando sua unção financeira. O incrível é que o pentecostalismo está se tornando neo-pentecostalismo de uma maneira absurda. A ênfase nos dons de cura e glossolalia não tem mais espaço, pois a unção financeira ou da prosperidade tomou de conta dos arraiais pentecostais. Esse cidadão, Cerullo, comprou os despojos milionários do, hoje renovado, Jim Bakker (um grande tele-evangelista que tornou-se milionário por fraudar seus fiéis nos anos 80 e ficou estigmatizado por ser pegue com prostitutas) e por onde passa arrecada cifrões para seu bolso "ungido". De onde ele tirou essas unções? Com certeza não foi do Evangelho que fala que o Dono do mundo nasceu numa manjedoura, viveu a grande maioria do tempo no meio dos pobres e morreu sem ter coisa alguma de bens materiais.
Outra coisa que me indigna é a busca de "poder" que muitos evangélicos anseiam. O poder que se aborda nas Escrituras não tem nada a ver com o "poder" de livramentos e de segurança que muitos querem. O poder escriturístico nos impulsiona a levar os valores do Reino a todas as pessoas. Deus pode livrar, proteger, blindar, seja lá quem for, mas não temos que pedir isso. As contingências fazem parte do nosso dia-a-dia. Devemos pedir Sua presença todos os dias, não Sua proteção. Muitos cristãos não entendem o que é essencial.
Quero salientar que sou um cristão evangélico e sempre serei. Não deixarei de me considerar evangélico por causa de certos pagãos que pensam estar no Evangelho. Os valores do Reino são tão belos e simples que esses lobos vorazes querem torná-los feios e complexos. Não gostaria que nenhum leitor deste texto pense que tenho ódio de tais pessoas relacionadas, não tenho ódio de ninguém, o Evangelho que prego é o Amor, mas me apiedo e os denuncio, para que o Reino seja preenchido com mais e mais filhos adotivos do nosso bom Pai. Posteriormente, pensarei em colocar mais insatisfações evangelicais.
Salvação e caráter em Cristo Jesus
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4 comentários:
Eles pregam tanto que o "mundo" não presta que não percebem que a lógica de mercado "mundana" está já a muito tatuado nas ambições e corações deles...
Uma vergonha de verdade... Você ainda tem coragem de dizer que é evangélico... Eu nem isso mais... Pq quando digo que sou evangélico, essa nomenclatura está me ligando diretamente a muita gente que não tem nada a ver comigo!
Daí, fica mais forte pra mim quando Jesus diz que "nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no Reino..."
Grande abraço cara!!!
São também minhas suas insatisfações evangelicais e toda a indignação que a acompanha. Que Deus nos dê como Igreja a chance de ainda nesta geração preservarmos o testemunho fiel de Cristo e de Seu Reino, que sem dúvida, acredito, será uma resposta em amor e de amor, pois é sobre o amor que se fundamenta nosso testemunho cristão.(cf Jo 17)
Acho legal, cara, ver que a tua preocupação concentra-se muito mais na preservação das verdades do Reino de Deus do que mesmo na tua própria imagem. Isso te torna, na minha opinião, um genuíno defensor da fé.
Eu penso que é exatamente desse tipo de postura que você está adotando, Marlon, o que precisamos. Uma postura de denunciar o engano sem, no entanto, produzir mais divisão. De dizer a verdade com amor. Pois assim as escrituras ensinam "Aquele que exorta, faça-o com amor". E mais do que tudo uma postura de se importar e não de tirar o corpo fora... é como uma parte do corpo gemendo porque se reconhece doente. Precisamos sarar nossas mazelas e não inventar um novo corpo. Tô contigo, meu irmão!
George, Dennis e Maíra,
Precisamos fazer a diferença mostrando que nossa raiz não fundamenta essas árvores de plástico que são esses homens e mulheres que "desautentica" o Evangelho.
Não desistamos nunca!
Valeu pela foraça, pessoal!
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