sábado, 24 de abril de 2010

A Liberdade e o Medo

Ler Rubem Alves é despertar-me de certos cochilos que me vêm de vez em quando. Acabo de ler um capítulo entitulado O Passarinho Engaiolado do livro Teologia do Cotidiano. O autor relata a história de um passarinho que vê a porta da sua gaiola aberta e voa para conhecer o mundo. Percebe que a liberdade lhe traz insegurança e medo. Medo de voar mais longe e não aguentar pela falta de prática, medo de aceitar o convite de uma passarinha para comer pimentas, medo de dormir numa árvore devido ao temor dos gatos e pedras jogadas por garotos. Fica temeroso diante de tudo isso e volta para a casa de seu dono e encontra, aliviado, a gaiola aberta e entra. Seu dono vem e o chama de bobo por não ter aproveitado e tornado-se livre.

Muitíssimas vezes somos como o passarinho da história de Rubem Alves. Ficamos com medo da liberdade que temos, querendo estar seguros, sem ter coragem de voar mais alto, receoso por não ter prática. Mas como ter prática sem praticar? Não aceitamos nos aventurarmos com alguém como medo de dividir seu medo. Medo de se arriscar. A liberdade é algo que nos traz insegurança. Quem não quer segurança? Quem não quer estar imune a tudo? Muitos não oram a Deus pedindo livramentos na vida? Sim, é o preço da liberdade. O infortúnio. Não devemos orar para que Deus nos livre dele, mas sim que estaja conosco passando por ele. A coragem vem após a liberdade.

Salvação e caráter em Cristo Jesus.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Paradoxos de uma humanidade caída

A humanidade sempre será paradoxal. Em todos os momentos da história humana houve atos impensados que prejudicaram a todo um grupo de pessoas, ou, o pior, à própria pessoa que cometeu tal ato. Não conseguimos medir o tamanho de nossos feitos catastróficos. Realmente o ser humano é um paradoxo sem fim, por mais que queira fazer o bem, só consegue, na maioria das vezes, fazer o mal. Quem não já tentou sempre fazer o bem? Quem não já tentou sempre agradar o próximo? Muitas vezes, não? Mas, quantas vezes, consumados foram o inverso? Mesmo no âmbito do pensamento. Será que foi a menor parte dos nossos pensamentos o desejo de morte para alguém? Ou mesmo,o desejo de nunca mais ver qualquer pessoa, que é a mesma coisa de ver sua morte? A vida humana é uma contradição sempre. Queremos algo agora, mas daqui a uma hora podemos querer outra coisa completamente diferente. Principalmente quando nosso corpo quer o que nosso espírito não quer. A contenda entre eles é tão grande que nos prejudica. Mortificar a carne é essencial à quase tudo, exceto contra a sensualidade. Com isso é muito difícil haver mortificação carnal.

Os justificados não veem a hora quando os nossos corpos se transformarão de corruptíveis para incorruptíveis. Não haverá mais paradoxos rondando nosso ser, nem qualquer remorso ou arrependimento. Dor, traição, inveja, ódio e demais aspectos caídos não estarão inerentes ao ser humano. Agrada-me tanto saber disso! mas, porque deslumbro a maravilha desse estado que os justificados estarão eternamente. Faremos sempre o que quisermos fazer, pois agora ainda somos que meio escravos da carne, não em deliberação, mas nos seus resquícios que são muito presentes.

Jesus veio como homem para, justamente, resgatar a coerência na humanidade. Através de sua vinda temos a certeza da regeneração. Por re-generação, entendemos que no começo da criação a humanidade estava em conformidade com Deus. No entanto, desejamos voltar ao ponto inicial, onde havia uma plena comunhão com o Pai. Esse dia virá.

O reino e os escândalos


Em meio a tantos escândalos que, geralmente, ouvimos e lemos acerca de pastores, líderes evangélicos e, mesmo, membros, sinto-me cansado diante de tais revelações. Não tenho mais algum interesse em ouvir ou ler qualquer "disse-me-disse" de uma ou outra pessoa, quem quer que seja.

Cansou-me ter que comentar sobre um recebimento de propina por parte de um deputado evangélico, acerca de um pastor que sonega impostos, dentre tantas outras imoralidades que, infelizmente, há no nosso meio. Não nego e nem defendo tais iniqüidades. Digo a qualquer não-salvo que certos líderes evangélicos fizeram certas picaretagens. Mas lhe digo também que os que seguem, verdadeiramente, a Cristo Jesus, procuram andar conforme ele pregou, não somos impecáveis, mas procuramos não ser. Não encoberto, mas não me calo.

As polêmicas, a partir de agora, não estarão mais nas minhas conversas públicas, pois me proponho a somente pregar o evangelho, nada mais. Os apóstolos, tão pouco Jesus, entravam em qualquer espécie de assuntos polêmicos. O que havia eram respostas a certas heresias que se tornaram polêmicas em conseqüência de serem endereçadas a hereges. Concluímos que as polêmicas nas Escrituras eram circunstanciais, não, propositais.

O meu conselho, baseado nas Sagradas Escrituras, é que não desperdicemos nosso precioso tempo em discussões inúteis e pueris que só nos causam desânimo e decepções. Temos sempre que termos em nossa boca salmos e hinos para engrandecermos ao nosso Senhor, preocupados em transmitir do seu amor em todo lugar. Há muita coisa que se fazer ainda em prol do Reino. Existem muitos caminhos a serem percorridos, muitas pessoas a serem enviadas a lugares longínquos com a sublime missão de levar a Salvação àqueles que anseiam em tê-la, muitos pastores e líderes para conduzirem o rebanho ao Pasto verdejante.

Jesus virá novamente. Não houve um momento tão propício para levarmos e praticarmos suas palavras como nos dias hodiernos. O mundo clama, os corações palpitam, os anjos anelam em ver os filhos de Deus anunciar tão grande Redenção a toda humanidade. Não percamos tempo em trivialidades e questiúnculas que não nos edificam em nada. Anunciemos o evangelho.

Salvação e caráter em Jesus, o Cristo.