domingo, 23 de maio de 2010

Minha caminhada cristã até os dias hodiernos

Sou cristão evangélico a quase oito anos, consequentemente, posso falar desse segmento do cristianismo que admiro muito. Tenho 24 anos e me “converti” (uso aspas pelo fato de não atrelar conversão à adesão a um ramo cristão ou religioso) a Jesus Cristo quando tinha 16 para 17 anos de idade. Sempre fui muito interessado por questões religiosas, debatendo posições de crença seja na escola ou num círculo de amigos.

Como bom católico-romano fui batizado e fiz primeira comunhão. Mas o fiz somente por ir, achando que era imprescindível, pois isso era o certo a se fazer (pensava eu). Porém os anos passaram e comecei a ter auto-crítica para com as coisas ao meu redor. Entrei na crisma para entender sobre o que dizia a igreja Católica Romana sobre diversas indagações que eu tinha, pois havia escutado certos evangélicos e queria um parecer da minha vigente igreja. Porém, não logrei êxitos em meu intento. Cheguei a me crismar, no entanto, não tendo achado respostas nas minhas indagações, no dia seguinte da minha crisma tornei-me um agnóstico. Pensava que Deus existia mas nenhuma religião tinha o pleno conhecimento dele (hoje creio assim, mas não sou agnóstico). Foi aí que, no 3º ano do ensino médio, estudei com muitos evangélicos que foram decisivos na minha “conversão”. Em setembro de 2002 tornara-me evangélico.

Em todos esses anos, sempre questionador, não me comprazia com algumas características pentecostais estando em uma igreja pentecostal. Constantemente com esse dilema não fui para nenhuma igreja tradicional, pois tinha muitos amigos naquela igreja e, para mim, a amizade é maior do que crenças religiosas ou teológicas. Passados alguns anos entendo o pensamento do pastor-presidente dessa igreja e concordo em diversos pontos com ele. Essa igreja, porém, não concorda com ele e se emancipa, juntamente com outras, dessa denominação evangélica. Como concordava (e ainda concordo) com os pensamentos desse pastor, fui congregar-me em outra igreja da mesma denominação do referido pastor. Nos mais de dois anos que passei nessa nova igreja, não me senti em casa, devido a não achá-la convergente, em plenitude, com os pensamentos do pastor mencionado, então saí. Daí, no começo deste ano (2010) estou numa congregação fundada por amigos-irmãos meus, onde não a encaro como uma igreja-institucional (na minha próxima postagem discorrerei sobre esse termo), mas sim como uma igreja original, onde todos são amigos e louvam a Deus com sinceridade, sem protocolos institucionais.

Essa é minha caminha cristã. A quem se interessar postarei mais sobre meus pensamentos, querendo, sempre, partilhar e interagir com os que me lêem.

Salvação e caráter em Cristo Jesus.

2 comentários:

George Facundo disse...

Olá Marlom...

Cara, sei do que você está falando até por que também tive uma caminhada muito parecida com a sua, e durante um período até caminhamos juntos na mesma denominação evangélica.

Já que vc manteve a discrição de não dar nomes aos bois vou seguir seu estilo.

Achei massa e interessante seu texto. Me indentifiquei muito com ele. Mas quero me ater apenas a um trecho que me chamou mais a atenção:

"Daí, no começo deste ano (2010) estou numa congregação fundada por amigos-irmãos meus, onde não a encaro como uma igreja-institucional (na minha próxima postagem discorrerei sobre esse termo), mas sim como uma igreja original, onde todos são amigos e louvam a Deus com sinceridade, sem protocolos institucionais."

É legítima esse seu deslumbre. E até acho que isso é natural, uma vez que, se for o grupo que eu estou pensando, eles são pessoas realmente maravilhosas e tem tudo aquilo que eu mais gosto num ajuntamento cristão, que é simplicidade.

Mas não esqueça cara... Religião, assim como história, é um ciclo interminável de rupturas e continuidades. A propria igreja que vc era é uma ruptura de outra mais conservadora, e essa que se propos a ser a renovação, como vc mesmo escreveu, sofreu rupturas também.

Assim como essa que vc está certamente deve ser resultado de uma ruptura com outro grupo por insatisfação (insatisfação essa que está intimamente colada a cola-maluca na alma do homem) e por acreditar que recebeu outra visão. E ai vai todas as denominações e em casa esquina temos hoje uma igreja que é a imagemj e semelhança de seus líderes "messias".

Não se iluda cara... As pessoas acham que a igreja tem que ser armoniosas e puras. E resgatam uma imagem ilusória da chamada Igreja primitiva. E acho que não percebem que a Igreja primitiva (leia as cartas de Paulo com atenção) era tão cheias de mazelas como a Igreja hoje.

Hoje faço parte duma congregação... Me relaciono muito bem com ela, principalmente por saber que ela, assim como todas as outras, é uma porcaria e é fuleragem... Mas aprendi a colocar a igreja em seu devido lugar... Pq ela não lhe dá intimidade com Deus, pois nada substitui a devoção pessoal intima e solitária. E as relações com igreja é consequencia dessa construção pessoal interior.

Se não for assim meu caro, vamos estar ai a vagar pelo resto da nossa vida buscando uma "igreja ideal" como um consumifor de religião esperando um bom serviço...

Não me iludo mais com estruturas... Apesar de achar(assim como vc) elas legítimas.

Quando parar-mos de ver a igreja como o sacerdote que nos liga a Deus, vamos ter um relacionamento muito mais sadio com ela, pq não vamos exigir dela o que ela não é... Mesmo ela, erroneamente, teimar em querer assumir esse papel em nossas vidas.

Abraço cara!

Marlon Marques disse...

Olá George!

Exatamente, temos um leitura da igreja e da caminhada cristã muito parecida. O que não acrescentei no texto foi que essa igreja, onde estou agora, não pensa como eu no tocante a "desinstitucionalização" da igreja de Cristo. Ela procurará ser igual às outras igrejas. Mas, embora não pensando da mesma forma que eles, ficarei lá porque gosto da companhia deles e são meus amigos desde a minha caminhada cristã evangélica.

Acho que, na maioria dos pensamentos que temos (eu e a minha igreja) sobre o cristianismo e o Evangelho, não é uniforme. Divergimos em muita coisa. Só estou lá (reafirmo) porque somos amigos e, na adoração a Deus e em certos pensamentos, somos unânimes.

Não tenho a menor pretensão de congregar-me em uma instituição religiosa evangélica por receio de "perder a Salvação". Não vejo a igreja (instituição) como algo que indica a Cristo, mas sim, em muitíssimos casos, indica ao caminho oposto ao de Cristo.

Por isso que concordo plenamente com você. Como você, maravilhosamente, disse:

"Hoje faço parte duma congregação... Me relaciono muito bem com ela, principalmente por saber que ela, assim como todas as outras, é uma porcaria e é fuleragem... Mas aprendi a colocar a igreja em seu devido lugar... Pq ela não lhe dá intimidade com Deus, pois nada substitui a devoção pessoal intima e solitária. E as relações com igreja é consequencia dessa construção pessoal interior."

Gostei demais encontrar alguém, como você, que tem uma leitura de fé parecida.

Abração, mano!

Marlon Marques