Ler Rubem Alves é despertar-me de certos cochilos que me vêm de vez em quando. Acabo de ler um capítulo entitulado
O Passarinho Engaiolado do livro
Teologia do Cotidiano. O autor relata a história de um passarinho que vê a porta da sua gaiola aberta e voa para conhecer o mundo. Percebe que a liberdade lhe traz insegurança e medo. Medo de voar mais longe e não aguentar pela falta de prática, medo de aceitar o convite de uma passarinha para comer pimentas, medo de dormir numa árvore devido ao temor dos gatos e pedras jogadas por garotos. Fica temeroso diante de tudo isso e volta para a casa de seu dono e encontra, aliviado, a gaiola aberta e entra. Seu dono vem e o chama de bobo por não ter aproveitado e tornado-se livre.
Muitíssimas vezes somos como o passarinho da história de Rubem Alves. Ficamos com medo da liberdade que temos, querendo estar seguros, sem ter coragem de voar mais alto, receoso por não ter prática. Mas como ter prática sem praticar? Não aceitamos nos aventurarmos com alguém como medo de dividir seu medo. Medo de se arriscar. A liberdade é algo que nos traz insegurança. Quem não quer segurança? Quem não quer estar imune a tudo? Muitos não oram a Deus pedindo livramentos na vida? Sim, é o preço da liberdade. O infortúnio. Não devemos orar para que Deus nos livre dele, mas sim que estaja conosco passando por ele. A coragem vem após a liberdade.
Salvação e caráter em Cristo Jesus.
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