Muitos que não gostam da pesquisa e do ambiente acadêmico
veem certos debates e conversas acadêmicas sob uma grande suspeita, mais
precisamente com relação ao ensejo que este meio causa para a exibição de egos
inflamados. Realmente, nesse ambiente há muitas vaidades. Eu mesmo não sou
imune a isso. Contudo, para não me estender neste sucinto artigo aqui no meu
blog pessoal, comentarei brevemente a respeito de um autor cuja crítica lhe fiz
(não somente a ele, na verdade) em um artigo acadêmico na revista acadêmica Bona
Conscientia. Meu artigo chama-se Método Hermenêutico Histórico-Gramatical e Pentecostalismo, uma União Intrínseca eNecessária: Uma Crítica à Hermenêutica Pós-Moderna.
Analisei, em meu artigo aludido acima, duas
obras publicadas pela CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), lançadas
há cerca de dois ou três anos. A última delas, cuja escrita é composta por dois
autores (obra esta retirada de catálogo em menos de um ano do lançamento pela
CPAD), é o foco principal de todo este entrevero. A crítica a mim escrita no dia 02/04/2020 pelo segundo autor da última
obra (a retirada de catálogo pela editora), em seu blog pessoal, é a quem este
breve comentário é dirigido, haja vista tal autor ter direcionado críticas ao
meu artigo acadêmico sobre sua obra escrita, como salientei, em coautoria com
um colega seu.
Na verdade,
as críticas do referido autor ao meu artigo não foram críticas argumentativas,
mas sim uma demonstração de ressentimento pelo fato d’eu tê-lo criticado e
exposto seus equívocos.
No começo
do artigo em seu blog pessoal ele desmerece a revista Bona Conscientia
afirmando que ela não tem Qualis alta. A revista tem apenas duas edições e tem
em sua equipe editorial dois doutores, dois doutorandos e dois
mestres. Acredito que o ressentimento do autor à crítica argumentativa que lhe
fiz sobressaiu-se, haja vista ele ter usado de artifícios apelativos e depreciantes
a uma jovem revista acadêmica.
O autor
menciona que usei uma linguagem coloquial em meu artigo acadêmico. A suposta
linguagem coloquial que ele cita é a expressão “quis passar”. Não entendo que
esta expressão seja coloquial, mas admira-me muito o autor ter destacado isto,
sendo que em sua obra ele e seu colega usam a expressão “De lá pra cá” (p. 38).
Não é cabível esta expressão em um texto acadêmico. Como este espaço é um blog
pessoal, cito uma assertiva, que na verdade é bíblica, proferida pelo nosso Senhor
Jesus, a saber, que o referido autor quis coar um mosquito, mas engoliu um camelo (parafraseando
Jesus em Mateus 23.24).
Ele relatou
no seu blog pessoal que me confundi sobre o modernismo ter surgido por meio do
iluminismo. Querendo me desqualificar, o autor não se ateve ao fato d’eu ter
afirmado isto com embasamento bibliográfico. Stanley Grenz, renomado teólogo,
falecido em 2005, afirmou isso em uma obra sua chamada Pós-Modernismo, cuja
fonte bibliográfica citei em meu artigo. O interessante é que o autor, junto ao seu colega de
escrita, relata no livro pela CPAD, já mencionado, que o método histórico-crítico
tem suas raízes no paradigma moderno-iluminista (p. 65). Com isso, ele
relaciona, junto ao seu colega, modernismo ao iluminismo. Logo, como ele me critica
acerca da origem do modernismo no meio iluminista? Vê-se uma incoerência por
parte do autor.
Em outro
momento do meu artigo acadêmico, o autor destaca um trecho em que eu escrevo o
seguinte: “Fato é que o pós-modernismo não se coaduna com o pensamento cristão
tradicional de se entender não apenas as Escrituras, mas também o legado da
tradição cristã.” O autor ironiza no artigo em seu blog pessoal que é difícil
de entender a redação acima. Observa-se, evidentemente, que o autor usa muito
do ad hominem, pois o que redigi não há nem erros de português nem palavras
truncadas. A exibição de uma forma apelativa e nonsense de desqualificar-me é
tão imensa que o autor destaca um trecho totalmente entendível do meu artigo e
o critica. Na verdade, não critica o argumento, mas sim uma suposta, mas
totalmente infundada, ilocução truncada de minha parte. Enfim, como pode
ser lido e entendido, asseverei que o pensamento pós-moderno, do qual o autor
se apropria, não condiz com as Escrituras Sagradas (Bíblia Sagrada) nem com a
Tradição bimilenar da fé cristã.
O autor
destaca um trecho do meu artigo em que faço uma crítica a Derrida, Foucault e
outros. Esta minha crítica não foi sem fundamentação. Eu me baseei em um livro do
renomado teólogo Alister McGrath, também com fonte bibliográfica. Novamente reitero, o autor, em todo momento e
a todo custo, lança-se de ad hominem grosseiro para desqualificar meu artigo. Critica
minhas declarações, sem contra-argumentá-las, como se eu as construísse sem fundamentação
bibliográfica alguma. Novamente, evidencia-se ressentido pelo meu artigo crítico
que direcionei à sua obra.
Em um
trecho do artigo do seu blog pessoal, o autor menciona minha declaração de que
não se tem conhecimento de que um pentecostal (e a isto me refiro a pentecostais acadêmicos, como está implícito, pois o ambiente em questão é acadêmico)
utilizou-se da experiência como fato determinante para entender o texto
bíblico. O autor ironiza, como lhe é de praxe, e escreve que se eu não tenho
conhecimento, por que vou abordar isso? Indubitavelmente, o que escrevi tem
como objetivo perlocucionário (de que todos entendam) que o fato d’eu não ter
conhecimento é porque não existe. O autor cita Stronstad, Erwin e Fee para
afirmar que a experiência determina o entendimento do texto. Contudo, isto não
é verdade. O autor nem citou embasamento para isso, como também lhe é de
costume não citar. Como deixei claro no meu artigo, citando bibliograficamente Stronstad
e Fee, estes se valem do método histórico-gramatical fortemente. O autor
menciona Stronstad em um artigo em seu blog pessoal em março de 2019, sem citar
a fonte, mas, como tenho a obra de Stronstad, reconheci de onde o autor o
citou. Ele o cita de uma forma descontextualizada como se Stronstad
corroborasse com o argumento hermenêutico pós-moderno. Como destaquei no meu
artigo, evidenciando de onde ele tirou essa citação de Stronstad, o autor equivocou-se totalmente.
O autor
além de afirmar que eu abordo os métodos histórico-crítico e
histórico-gramatical de forma equivocada, mas sem mencionar onde me equivoco,
insinua novamente que o texto do meu artigo é truncado. Como vimos, o exemplo
de truncamento que ele deu do meu texto é uma passagem bem clara e entendível.
Vê-se, repito, que o autor utiliza-se de esquivas para querer não
contra-argumentar o que escrevi acerca do seu livro, mas sim, a todo custo,
tenta me desqualificar. Refere-se a mim até com o termo “rapaz”. Tudo isto é
uma demonstração de apelação pueril por parte do autor.
Não haverá
mais comentário algum de minha parte a quaisquer falas ou escritos do referido
autor (mesmo se este comentar este artigo), pois, mediante suas atitudes depreciativas e apelativas, não me sinto
inclinado ao que ele produz.