O arminianismo não é um sistema soteriológico
baseado em obras e nem no livre-arbítrio. Muitos pretendem desmerecer e
rebaixar o arminianismo atacando com essas armas. Contudo, isso não passa de
ignorância quanto à sistematização salvífica elaborada por Jacó Armínio. No
arminianismo enfatiza-se a salvação somente pela fé. Cremos que o homem deve
responder com fé à Graça salvífica de Deus. Exercer fé não é obra, pois obra e
fé são antíteses. É algo totalmente paradoxal quando acusam os arminianos de crença
pelas obras. Se exercemos fé para crer, não é obra, mas sim, fé! Se é Deus que
faz com que o homem exerça fé coercitivamente, então não é o homem que exerceu
fé, mas sim, Deus no lugar do homem. Isso todos os arminianos rejeitam, pois
não é a fé do homem, mas sim de Deus pelo homem.
Quanto à ênfase no
livre-arbítrio, pode-se destacar que os arminianos creem na restauração do
livre-arbítrio pela Graça Preveniente. A mentira que é relatada acerca do
arminianismo é que os arminianos creem que podem aceitar a oferta salvífica sem
a Graça de Deus. Isso é errado. Mesmo que alguém que se intitule arminiano diga
ou escreva isso, está totalmente errado. Cremos que é Deus quem toma a
iniciativa de se achegar ao homem trazendo salvação. Daí o homem pode não resistir
a essa oferta e ser salvo, mas também pode resistir essa oferta e não ser
salvo. Alguém tem todo o direito de discordar do arminianismo, mas trate o
arminianismo como ele de fato é!
Semipelagianismo é
um sistema que enfatiza que o homem se achega primeiro a Deus e Deus
corresponde a essa inciativa divina, sendo condenado pelo Sínode de Orange em 529. Isso é totalmente contrário ao que o
arminianismo enfatiza. Como se vê acima, no arminianismo é Deus quem toma a
iniciativa no relacionamento salvífico. Portanto, não há semelhança entre
arminianismo e semipelagianismo. Há que se enfatizar isso, pois muitos
confundem ou por ignorância ou por falta de caráter mesmo.
Como o meu intuito
é sempre uma explicação rápida do arminianismo, em posts futuros haverá mais
elucidações acerca do entendimento arminiano devido a inúmeros ataques sem
fundamentos sobre o arminianismo!
Graça e Paz!
5 comentários:
Mano Marlon Marcos (3M):
Permita-me alguns questionamentos, críticos, porém cordiais. Primeiro, quanto à afirmação:
"Quanto à ênfase no livre-arbítrio, pode-se destacar que os arminianos creem na restauração do livre-arbítrio pela Graça Preveniente".
Poderia demonstrar isso exegeticamente a partir de alguns textos bíblicos?
Meu estimado Clóvis!
É uma honra vê-lo por aqui. Aqui vai alguns versículos sobre a Graça Preveniente que restaura o arbítrio.
*Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
João 16:7-9
*Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens,
Tito 2:11
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
Romanos 5:18
Como Jack Cottrell alude-nos, em Adão houve o pecado original, mas em Cristo há a Graça original. Todos somos, em Cristo, aptos a não resistir ou resistir à Graça Salvífica!
Eu acho mais apropriado responder isso em uma postagem do que em um comentário. Só uma dica ^^
Olá, Hebert!
Estava pensando nisso mesmo. Antes deste post eu havia elaborado um post sobre Arminianismo (1º parte) onde eu explico o que é o arminianismo. Diferente deste post onde eu explico o que não é arminianismo.
Ogrigado pela sua visita e sugestão.
Outra forma de sustentar o conceito de graça preveniente é tomar como ponto inicial o fato de que sua alternativa seria a graça eficaz calvinista. Ou a graça de Deus é, simplemente, "preveniente" e poderia ser resistida, ou ela seria "eficaz", não cabendo resistência final da parte do beneficiário. A base bíblica para esta "graça eficaz" é, virtualmente, inexistente. Vários textos bíblicos mostram que a graça divina é, muitas vezes, recusada até o fim, resultando inclusive na ação de Deus no sentido de punir o impenitente e deixa-lo afundar em sua própria iniquidade.
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